terça-feira, 10 de agosto de 2010

Sempre tive medo de esquecer. Esquecer a chave do carro, a comida no fogão, o horário do avião, um amor ou outro, o celular na viagem, a roupa na chuva, o apartamento aberto, aonde estacionei, as compras no mercado, a televisão no conserto, as sacolas no porta-malas, o caminho, a banheira enchendo, que as visitas iriam chegar, o cinzeiro cheio, de retornar ligações, de anotar recados para repassar, as datas das contas do mês, o gás aberto, o dia que passa o caminhão do lixo, de responder um e-mail, os aniversários, os feriados e dias santos, nomes de filmes, nomes de pessoas, letras de músicas, um poema já decorado, o cachorro na rua, aonde eu tenho que ir, entre outras inúmeras coisas que não quero esquecer.

Agora, é incrível quando você quer, por vontade própria, esquecer alguma coisa, alguma pessoa e não consegue. Em alguns casos lembrar é pior do que esquecer, e talvez disso eu teria de ter mais medo. Porque esquecer não se conjuga, não se reparte, não te dá outra opção além do arrependimento do esquecimento. Lembrar é diferente, porque você pode apenas lembrar ou pode lembrar com saudades. E daí, meu amigo, estamos metidos em uma encrenca das brabas.


O que define se devemos lembrar ou esquecer?

Será isso sacanagem de Deus para nos punir dos outros pecados?


Vou tatuar bem grande em minha testa: “Te esquecer”  , só para lembrar de ti sempre.

 
CÁH MORANDI



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